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Um dos problemas
sociais que mais atormentam a população mundial é, sem sombra de dúvida,
a depressão. São vários os estudos que evidenciam o enorme sofrimento
que os indivíduos vitimados por essa psicopatologia suportam e que
impõem a seus familiares. Além disso, é comprovado o significativo
prejuízo causado à sociedade como um todo, em virtude da
disfuncionalidade parcial e/ou até mesmo total ocasionada por este
transtorno (Wainer, Pergher e Piccoloto, 2003).
A depressão pode ter
um impacto devastador na vida das crianças. Ela afeta o comportamento em
casa, na escola, com os amigos e, no caso dos adolescentes, no trabalho.
Até recentemente, a depressão infantil não era amplamente aceita como um
distúrbio real. Consequentemente, apenas nos últimos vinte anos surgiram
pesquisas científicas, necessárias para compreender como as crianças
passam pela depressão, por que se deprimem e como ajudá-las (Jeffrey,
2003). Neste sentido, a depressão infantil é um problema complexo que se
origina pela integração de fatores ambientais, físicos e sociais, e
fatores pessoais, biológicos e psicológicos (Caballo e Simón, 2007).
A partir de
observações clínicas sistemáticas e de testagem experimental, Beck
desenvolveu um modelo cognitivo da depressão e da psicoterapia para
tratamento deste transtorno. O modelo cognitivo postula três conceitos
específicos para explicar o substrato psicológico da depressão: a tríade
cognitiva, esquemas e erros cognitivos (Beck, Rush, Shaw e Emery, 1997).
A terapia cognitiva é
uma abordagem estruturada, diretiva, ativa, de prazo limitado, usada
para tratar uma variedade de transtornos psiquiátricos, entre eles a
depressão. Ela está fundamentada na racionalidade teórica subjacente de
que o afeto e o comportamento de um indivíduo são em grande parte
determinados pelo modo como ele estrutura o mundo. Suas cognições
baseiam-se em atitudes ou pressuposições desenvolvidas a partir de
experiências anteriores (Beck, et al. 1997).
Como a depressão
interfere diretamente no desenvolvimento infantil, o diagnóstico precoce
e o tratamento adequado ainda na fase inicial da vida são muito
importantes, já que as repercussões da doença são graves e sérias.
Referências Bibliográficas:
American
Psychological Associaciations. (2002). Manual diagnóstico e estatístico
de transtornos mentais- DSM-IV- TR (D. Baatista, Trad.) (4° ed. Ver.).
Porto Alegre: Editora Artmed.
Beck, A. T.; Rush, A.
J.; Shaw, B. F.; Emery, G. (1997). Terapia Cognitiva da Depressão. Porto
Alegre: Editora Artmed.
Caballo, V. E.; Simón,
M. A., (2007). Manual de Psicologia Clínica Infantil e do Adolescente.
Transtornos Gerais. (Trad. Sandra M. D.). São Paulo: Livraria Santos
Editora.
Caminha, R. M.;
Wainer, R.; Oliveira, M.; Piccoloto, N. M., (2003). Psicoterapias
Cognitivo-Comportamentais. Teoria e Prática. São Paulo: Casa do
Psicólogo.
Dalgalarrondo, P.
(2000). Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto
Alegre: Editora Artmed.
Jeffrey, A. M.,
(2003). O livro de referência para a Depressão Infantil. (Trad. Marcel
M. L.) São Paulo: Editora M. Books do Brasil.
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